quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Lost Planet 3 surpreende com boa história e comandos precisos

NOSSA AVALIAÇÃO

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PRÓS Bom protagonista; ritmo consistente em mundo aberto; comandos precisos; alternância bacana entre primeira e terceira pessoa
CONTRAS Carregamentos demorados; lags e bugs no multiplayer
CONCLUSÃO Lost Planet 3 vale cada centavo, com legendas em português, aventura principal muito boa e multiplayer bacana.

FICHA TÉCNICA

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  • Plataformas: PC, PS3 e Xbox 360
  • Lançamento: 27 de agosto de 2013
  • Produtora: Capcom
  • Desenvolvedora: Spark Unlimited
Tags: Capcom , PC , PS3 , Third-person shooter , Xbox 360
Lost Planet foi um game que nunca conseguiu cair nas minhas graças. Sempre vi muito potencial na ideia de cenários gigantescos e monstros igualmente enormes, mas era o tipo de jogo que parecia almejar muito e não completar a missão. Era como se, em algum momento do desenvolvimento, alguém da equipe apenas dissesse: "Pode deixar como está mesmo, já fizeram bastante propaganda."
Foi aí que Lost Planet 3 sai da produção interna da Capcom e chegou à Spark Unlimited. Agora, finalmente, faço parte dos adoradores de neve - ao menos no modo single player.
A história começa cerca de 50 anos antes do primeiro game, com a primeira expedição ao planeta E.D.N. III. A missão seria a última tentativa de sanar a crise de energia na Terra, após descobrirem que o novo planeta e seus animais estão repletos de energia termal. Beleza, até aí, sem novidades para quem conhece a série.
Eis então que surge o protagonista, Jim Peyton: um minerador dono de um mecanotriz (o nome dos robôs aqui) capaz de suportar as condições do planeta e ainda ir atrás das fontes dessa energia. Jim talvez seja um dos personagens mais humanos que eu já tenha visto em jogos de aventura deste tipo. Ele não é o Rambo, não vira um super soldado do dia para a noite (apesar de ser um ex-soldado, algo revelado ao investigar os arquivos do jogo), tampouco tem segredos obscuros ou poderes. Ele é só um cara muito determinado, disposto a passar anos longe da família – com a qual se comunica por meio de mensagens gravadas e reveladas entre uma fase e outra –, mas que nunca perde o foco e está tentando tirar o máximo dessa aventura em que quis se meter. 
O game começa na estação Coronis, que funciona como um hub para as fases. O mundo é aberto e a exploração ocorre como o jogador bem bem entender, mas o próprio enredo dita um ritmo bacana para revisitar lugares quando for possível investigar mais.  Em Coronis, é possível adquirir melhorias (lê-se: armas), selecionar o mecanotriz e ativar boa parte das sidequests. Uma coisa que enche um pouco aqui é que, assim como uma estação deve ser, Coronis é grande demais e dividida em três andares. Não há muito o que fazer nela e alguns locais ficam disponíveis só depois de avançar até certo ponto da hstória, mas chega uma hora em que o jogador se limitará a visitar somente uns três locais. Acontece que ir de um lugar ao outro torra um pouco a paciência, principalmente quando é preciso pegar o bendito elevador e aguentar carregamentos gigantes – que também estão em todas as transições de cenário no game.
Terminando de verificar a base, é hora de subir no robozão e investigar o planeta gelado. Basicamente, o jogador usa o mecanotriz para atravessar as grandes distâncias do planeta - mais adiante fica disponível uma opção de viagem rápida, para quem não quiser explorar – e depois segue a pé pelas cavernas, montanhas e bases abandonadas.
No controle de Jim, Lost Planet 3 se torna um game de tiro em terceira pessoa, com comandos precisos e que fazem realmente o jogador se achar "O cara" ao escapar dos ataques por um triz e acertar uma granada dentro da boca dos akrids (os insetos inimigos) com perfeição.
Já ao entrar no mecanotriz, a câmera muda para um ângulo em primeira pessoa e a sensação é de controlar um mecha. O bacana aqui foi a desenvolvedora integrar ambos os modos em alguns combates onde há alternância entre Jim e o robô. Além disso, enquanto está fora do robô, Jim pode reorganizar e recarregar o arsenal nas pernas do robô.
Outra sacada bem legal é o tal do "sinal umbilical". Esse é o sinal que mantém seu HUD (os dados na tela) funcionando ao estar próximo ao robô. Mas inevitavelmente será necessário se afastar um pouco mais, ficando em alguns momentos às cegas sobre quanto tem de munição e onde está no mapa. E essa é a parte mais divertida (e tensa) do game.
Jogando no modo Difícil, Lost Planet 3 é desafiador, mas longe de ser frustrante. E uma coisa que agrada muito é que, num dos casos únicos da atual geração, é possível fazer 100% dos objetivos na primeira vez que se joga o game inteiro. Há poucas sidequests, mas por um razão: em vez de mandar o jogador de um lado para o outro atrás de objetivos bestas, LP3 abre novas missões secundárias quase que juntamente com as novas habilidades adquiridas, fazendo com que o jogador acabe tendo que visitar novamente as fases, mas para descobrir locais inéditos ali antes inacessíveis. É a fórmula perfeita para fazer o jogador curtir tudo o que há no game sem se sentir um pau mandado. 
Beleza, aventura terminada, hora de curtir o multiplayer. Nada de revolucionário aqui, mas os modos ficaram legais de jogar, divididos em dois tipos. O 3 contra 3 é bem interessante e é divido em três partes: nas duas primeiras, cada equipe enfrenta, do seu lado da fase, algumas ondas de akrids. Na terceira, as equipes se encontram na parte central do cenário para o "pega para capar".
Já no 5 contra 5, existem três modos: o habitual mata-mata, aqui chamado de "Carnificina"; "Cenário", com diversos objetivos, desde abrir caminho para um tanque perfurador até plantar bombas em geradores e desativar satélites (tudo enquanto a outra equipe tem que atrapalhar); e o modo "Extração", que basicamente é um "king of the hill", no qual os jogadores devem instalar e proteger três extratores de energia termal.
No multiplayer, além de lags constantes que fazem o personagem se teleportar pela fase ou até mesmo ficar repetindo uma ação em looping, existem uns bugs bem bizarros, como por exemplo em uma partida de Extração, onde ninguém conseguia instalar o bendito extrator. Sorte que as partidas tem tempo, então tudo se tornou um mata-mata. Em outro momento, nosso personagem caído estava sendo ressuscitado e acabou virando ar, aparentemente, com a câmera vendo tudo do alto, parada no telhado de uma estrutura. Aí foi necessário usar o comando de suicídio. O bom é que houve meios para burlar esses bugs e, considerando que o game acabou de sair, podemos até ter descoberto alguns deles a serem corrigidos por meio de atualizações. Ainda assim: bizarro.
Pesando os prós e contras, Lost Planet 3 vale cada centavo! Além de vir legendado em português, a aventura principal é realmente muito boa e o multi é bacaninha – apesar das bizarrices. Para quem comprou os dois games anteriores e se decepcionou porque esperava mais, LP3 vai redimir a franquia e colocar essa sempre promissora série nos eixos.
Lost Planet foi lançado no exterior para PC, PS3 e Xbox 360. No Brasil, ele estará disponível para PS3 (via PSN) por 199,99 reais e para PC por 89,99 reais. Por enquanto, não há previsão de lançamento do jogo na Live.

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